Os estudos sobre a aprendizagem socioemocional tiveram início há mais de duas décadas. E para entender o seu papel, bem como a sua importância no debate atual da educação é preciso considerar duas grandes iniciativas.
A primeira foi o surgimento do Paradigma do Desenvolvimento Humano, proposto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que passou a considerar as pessoas como prioridade nos processos de desenvolvimento das nações, e a educação como a oportunidade central para prepará-las ao longo da vida e transformar suas potencialidades em competências.
A segunda foi a publicação do relatório Jacques Delors, organizado pela Unesco, que apresentou um sistema de ensino fundamentado em quatro pilares:
1. Aprender a conhecer;
2. Aprender a fazer;
3. Aprender a conviver;
4. Aprender a ser.
A partir disso, o modelo de educação começa a ser repensado e diversas organizações iniciam seus estudos em torno das competências que irão preparar os estudantes de forma integral para enfrentar os desafios de uma sociedade marcada pelas rápidas transformações.
O Casel e as competências socioemocionais
Dentre as organizações que trabalham o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, temos como referência o Collaborative for Academic, Social and Emotional Learning (Casel). Considerada pioneira e a mais avançada organização nas pesquisas neste campo da educação, a missão do Casel é ajudar a integrar a aprendizagem social e emocional ao currículo acadêmico, desde a educação infantil.
Isso porque anos de pesquisas comprovam os benefícios da educação que promove as habilidades socioemocionais para o desenvolvimento humano, contribuindo no processo de aprendizagem e aplicação de conhecimentos, no gerenciamento das emoções e dos objetivos pessoais e coletivos, na demonstração de empatia, no estabelecimento e manutenção de relacionamentos, além da tomada de decisão segura e responsável.
E para alcançar esses benefícios, que impactam os estudantes, suas famílias, seus professores e sua comunidade, a aprendizagem socioemocional é ancorada em cinco competências, que podem ser ensinadas e trabalhadas para o sucesso acadêmico e na vida.
As cinco competências da aprendizagem socioemocional
Autoconhecimento, autorregulação, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável são as cinco competências socioemocionais sugeridas pelo Casel para serem desenvolvidas a fim de obter equidade e excelência educacional. Agora, vamos entender um pouco mais sobre elas:
Autoconhecimento – reconhecer as próprias emoções e valores, bem como seus talentos e suas limitações.
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Reconhecer emoções;
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conhecer as próprias capacidades, valores, motivações, emoções e limitações;
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compreender como é percebido e interpretado por outras pessoas.
Autorregulação – saber identificar e lidar com emoções e atitudes para atingir objetivos pessoais.
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Gerenciar emoções, pensamentos e comportamentos;
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estabelecer metas, motivar-se e alcançar objetivos.
Consciência social – demonstrar empatia e entendimento sobre o outro.
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Apreciar a perspectiva do outro;
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compreender normas e identificar oportunidades e recursos disponíveis para um comportamento social responsável e prestativo.
Habilidades de relacionamento – construir relacionamentos positivos, trabalho em equipe e resolução efetiva de conflitos.
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Estabelecer e manter relações e amizades;
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gerenciar construtivamente problemas em relações interpessoais.
Tomada de decisão responsável – decisões sobre atitudes pessoais e sociais baseadas em conceitos éticos e construtivos.
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Tomar decisões seguras e responsáveis, e assumir as consequências por suas escolhas e comportamentos.
Dessa forma, as habilidades desenvolvidas na aprendizagem socioemocional são essenciais para a formação de pessoas melhores, além de ajudar na identificação de desigualdades e capacitando jovens e adultos a cocriar escolas prósperas, bem como contribuir para comunidades mais seguras, saudáveis e justas.
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